De
1922 a 1975, o cineasta brasileiro Alberto Cavalcanti fez filmes em todos os
continentes, como cenógrafo, roteirista, diretor e produtor, tornando-se, por
isso, mais conhecido no exterior do que no Brasil. Cavalcanti começou na avant-garde
francesa, foi um dos mentores da escola do documentário inglês, adaptou Dickens
e Brecht, filmou na Alemanha Oriental e em Israel, e passou um tempo no Brasil
para coordenar a produção da nascente Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
Pois
é uma coletânea dos filmes dirigidos e produzidos por Cavalcanti ao longo desse
tempo que está em "Um Homem e o Cinema", dirigido pelo próprio, cuja
apresentação será feita, pela primeira vez em Belo Horizonte, dentro do projeto
Cinema Falado, com Geraldo Veloso, do Centro de Estudos Cinematográficos
e do Instituto Humberto Mauro, com o apoio da Imprensa Oficial.
"Um
Homem e o Cinema" (1976, RJ, 35mm, p&b/cor, 151min, doc) é composto de
duas partes. Em retrospectiva, o filme procura fixar a contribuição de
Cavalcanti para o cinema mundial de forma acronológica, mas buscando uma
unidade a partir de temas, técnicas e enfoques sobre personagens e situações,
presentes em sua vasta filmografia, constituída de mais de 120 filmes de várias
nacionalidades.
Completam
a programação, a presença de depoimentos dos profissionais, Jom Tob Azulay e
Geraldo Veloso, que participaram,, como produtor e montador, respectivamente,
da realização do filme. Um filme de curta metragem, sobre Alberto Cavalcanti,
realizado pelo cineasta e crítico Alfredo Sternheim, completa o primeiro
programa da mostra.
Na
programação do mês de julho está incluída ainda, a projeção do filme “Senhor
Puntila e Seu Criado Matti”, realizado em 1954, na Áustria, por Cavalcanti. O
filme é muito pouco conhecido e é uma produção realizada sobre um conhecido
texto de Bertolt Brecht. As relações de Brecht com o cinema foram raras e muito
complexas (Brecht realizou muitos roteiros para Hollywood – um deles foi levado
às telas por Fritz Lang, “Hangmen Also Die/Os Carrascos Também Morrem” – mas
poucos se tornaram realizações bem sucedidas, por G. W. Pabst ou Slatan Dudow,
que filmaram temas seus). Sabe-se que a versão de Cavalcanti teve a aprovação
de Brecht. Será uma oportunidade rara de tomar conhecimento desta obra de
Alberto Cavalcanti.
SERVIÇO
CINECLUBE
CINEMA FALADO
SESSÕES
SEMANAIS GRATUITAS TODAS AS SEXTAS FEIRAS, 15 HORAS
LOCAL: SALA MULTIMÍDIA
DA IMPRENSA OFICIAL
ENDEREÇO: AV. AUGUSTO DE
LIMA, 270 / CENTRO – BELO HORIZONTE
SITE: dossiesciematograficos.blogspot.com
MAIS INFORMAÇÕES: institutohumbertomauro@gmail.com
Sessões gratuitas, com
entrega de ingressos 30min. antes das funções.
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As sessões
Sessão 01
-03/07/2015 - 15 horas
Exibição de
vídeos produzidos para o lançamento do DVD, UM HOMEM E O CINEMA. Produção do
Centro Técnico Audiovisual, do Ministério da Cultura.
A
programação é constituída por depoimentos do produtor Jom Tob Azulay e do
montador Geraldo Veloso, sobre Cavalcanti e de como foi construído "Um
Homem e o Cinema". Em seguida, o filme "Alberto Cavalcanti", com
direção Alfredo Sternheim, 35 mm/SP/P & B/Doc/1970/18min que fala da
aproximação ensaística do trajeto criativo de Alberto Cavalcanti
Sessão 02 -
10/07/2015 - 15 horas
UM HOMEM E O
CINEMA (parte I)
Direção:
Alberto Cavalcanti, 35 mm/RJ/P & B e cor/Doc/1976/75 minutos
Coletânea de
filmes que tiveram Cavalcanti como colaborador principal em várias tarefas de
produção (produtor, editor, diretor, roteirista, cenógrafo, etc.).
Sessão 03 -
17/07/2015 - 15 horas
UM HOMEM E O
CINEMA (parte II)
Direção:
Alberto Cavalcanti, 35 mm/RJ/P & B e cor/Doc/1976/76 minutos
Coletânea de
filmes que tiveram Cavalcanti como colaborador principal em várias tarefas de
produção (produtor, editor, diretor, roteirista, cenógrafo, etc.). Conclusão.
Sessão 04 -
24/07/2015 - 15 horas
SENHOR
PUNTILA E SEU CRIADO MATTI
Direção
Alberto Cavalcanti, 35 mm/Áustria/Cor/Ficção/1954/100 minutos (aproximadamente)
Adaptação de
peça de Bertolt Brecht, para o cinema. Farsa criada por Brecht para destacar as
diferenças sociais oscilantes entre patrão e um empregado.
Sessão 05 -
31/07/2015 - 15 horas
Seminário
sobre Alberto Cavalcanti e sua contribuição para a construção do cinema, ao
longo do século XX.
Conferencista:
Geraldo Veloso
EQUIPE DO CURTA DEGUSTAÇÃO
Coordenação e Curadoria
Geraldo Veloso
Projeto gráfico
Quézia Gonçalves
Saiba mais sobre o Centro de Estudos Cinematográficos
de Minas Gerais
O CEC foi fundado em 1951 por um grupo de
intelectuais reunidos em torno de um projeto de aprofundamento da exegese do
cinema, naquele momento em processo de afirmação como fenômeno cultural, no
mundo inteiro. Cyro Siqueira, Guy de Almeida, Jacques do Prado Brandão, entre
outros, buscavam tornar o cinema objeto de uma análise que envolvia outros
discursos sobre a arte e a cultura. As sucessivas gerações que frequentaram o
CEC nesses mais de sessenta anos se tornaram jornalistas, escritores, músicos,
teatrólogos, atores, críticos de cinema e de artes e criaram um movimento no
cinema que deu a possibilidade de realização de produtos cinematográficos, a
partir dos anos 60 do século passado. Um dos principais resultados do processo
de intervenção do CEC no universo do cinema foi a criação, em 1954, da Revista
de Cinema, que naquele momento foi um dos únicos instrumentos de reflexão
profunda sobre o cinema, no país. Grandes realizadores do cinema brasileiro
contemporâneo creditam à leitura da Revista de Cinema, uma parte significativa
do seu trabalho como realizadores.
Saiba mais sobre o Instituto Humberto Mauro
O Instituto Humberto Mauro foi criado em 1982 por
um grupo de cineastas mineiros e brasileiros, tendo como patrono o pai do cinema
brasileiro. Foram seus fundadores David Neves, Guido Araújo, Fernando Monteiro,
Ronaldo de Noronha, Regis Gonçalves, Jacques do Prado Brandão, Ricardo Gomes
Leite, Maurício Gomes Leite, Victor de Almeida, Mário Alves Coutinho e Geraldo
Veloso. Posteriormente, foram incorporados ao grupo Paulo Augusto Gomes e
Eugênio Magno de Oliveira. São seus objetivos gerais atuar especificamente nas
áreas especificamente cinematográfica e dos meios de comunicação, o e
audiovisual, aglutinando múltiplas atividades, como a pesquisa da estética e da
história, a edição de publicações especializadas, a exibição regular e especial
de filmes, a formação e especialização profissional e o arquivamento da memória
audiovisual.
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