quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Cineclube Cinema Falado encerra programação com um Seminário de Geraldo Veloso sobre Alberto Cavalcanti e sua contribuição para a construção do cinema, ao longo do século XX.



De 1922 a 1975, o cineasta brasileiro Alberto Cavalcanti fez filmes em todos os continentes, como cenógrafo, roteirista, diretor e produtor, tornando-se, por isso, mais conhecido no exterior do que no Brasil. Cavalcanti começou na avant-garde francesa, foi um dos mentores da escola do documentário inglês, adaptou Dickens e Brecht, filmou na Alemanha Oriental e em Israel, e passou um tempo no Brasil para coordenar a produção da nascente Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
Pois é uma coletânea dos filmes dirigidos e produzidos por Cavalcanti ao longo desse tempo que está em "Um Homem e o Cinema", dirigido pelo próprio, cuja apresentação será feita, pela primeira vez em Belo Horizonte, dentro do projeto Cinema Falado, com  Geraldo Veloso, do Centro de Estudos Cinematográficos e do Instituto Humberto Mauro, com o apoio da Imprensa Oficial.
"Um Homem e o Cinema" (1976, RJ, 35mm, p&b/cor, 151min, doc) é composto de duas partes. Em retrospectiva, o filme procura fixar a contribuição de Cavalcanti para o cinema mundial de forma acronológica, mas buscando uma unidade a partir de temas, técnicas e enfoques sobre personagens e situações, presentes em sua vasta filmografia, constituída de mais de 120 filmes de várias nacionalidades.
Completam a programação, a presença de depoimentos dos profissionais, Jom Tob Azulay e Geraldo Veloso, que participaram,, como produtor e montador, respectivamente, da realização do filme. Um filme de curta metragem, sobre Alberto Cavalcanti, realizado pelo cineasta e crítico Alfredo Sternheim, completa o primeiro programa da mostra.
Na programação do mês de julho está incluída ainda, a projeção do filme “Senhor Puntila e Seu Criado Matti”, realizado em 1954, na Áustria, por Cavalcanti. O filme é muito pouco conhecido e é uma produção realizada sobre um conhecido texto de Bertolt Brecht. As relações de Brecht com o cinema foram raras e muito complexas (Brecht realizou muitos roteiros para Hollywood – um deles foi levado às telas por Fritz Lang, “Hangmen Also Die/Os Carrascos Também Morrem” – mas poucos se tornaram realizações bem sucedidas, por G. W. Pabst ou Slatan Dudow, que filmaram temas seus). Sabe-se que a versão de Cavalcanti teve a aprovação de Brecht. Será uma oportunidade rara de tomar conhecimento desta obra de Alberto Cavalcanti.

SERVIÇO

CINECLUBE CINEMA FALADO

SESSÕES SEMANAIS GRATUITAS TODAS AS SEXTAS FEIRAS, 15 HORAS

LOCAL: SALA MULTIMÍDIA DA IMPRENSA OFICIAL
ENDEREÇO: AV. AUGUSTO DE LIMA, 270 / CENTRO – BELO HORIZONTE
SITE: dossiesciematograficos.blogspot.com 
MAIS INFORMAÇÕES: institutohumbertomauro@gmail.com

Sessões gratuitas, com entrega de ingressos 30min. antes das funções.


As sessões

Sessão 01 -03/07/2015 - 15 horas
Exibição de vídeos produzidos para o lançamento do DVD, UM HOMEM E O CINEMA. Produção do Centro Técnico Audiovisual, do Ministério da Cultura.

A programação é constituída por depoimentos do produtor Jom Tob Azulay e do montador Geraldo Veloso, sobre Cavalcanti e de como foi construído "Um Homem e o Cinema". Em seguida, o filme "Alberto Cavalcanti", com direção Alfredo Sternheim, 35 mm/SP/P & B/Doc/1970/18min que fala da aproximação ensaística do trajeto criativo de Alberto Cavalcanti

Sessão 02 - 10/07/2015 - 15 horas
UM HOMEM E O CINEMA (parte I)
Direção: Alberto Cavalcanti, 35 mm/RJ/P & B e cor/Doc/1976/75 minutos

Coletânea de filmes que tiveram Cavalcanti como colaborador principal em várias tarefas de produção (produtor, editor, diretor, roteirista, cenógrafo, etc.).

Sessão 03 - 17/07/2015 - 15 horas
UM HOMEM E O CINEMA (parte II)
Direção: Alberto Cavalcanti, 35 mm/RJ/P & B e cor/Doc/1976/76 minutos

Coletânea de filmes que tiveram Cavalcanti como colaborador principal em várias tarefas de produção (produtor, editor, diretor, roteirista, cenógrafo, etc.). Conclusão.

Sessão 04 - 24/07/2015 - 15 horas
SENHOR PUNTILA E SEU CRIADO MATTI
Direção Alberto Cavalcanti, 35 mm/Áustria/Cor/Ficção/1954/100 minutos (aproximadamente)

Adaptação de peça de Bertolt Brecht, para o cinema. Farsa criada por Brecht para destacar as diferenças sociais oscilantes entre patrão e um empregado.

Sessão 05 - 31/07/2015 - 15 horas
Seminário sobre Alberto Cavalcanti e sua contribuição para a construção do cinema, ao longo do século XX.
Conferencista: Geraldo Veloso


EQUIPE DO CURTA DEGUSTAÇÃO

Coordenação e Curadoria
Geraldo Veloso

Projeto gráfico
Quézia Gonçalves


Saiba mais sobre o Centro de Estudos Cinematográficos de Minas Gerais

O CEC foi fundado em 1951 por um grupo de intelectuais reunidos em torno de um projeto de aprofundamento da exegese do cinema, naquele momento em processo de afirmação como fenômeno cultural, no mundo inteiro. Cyro Siqueira, Guy de Almeida, Jacques do Prado Brandão, entre outros, buscavam tornar o cinema objeto de uma análise que envolvia outros discursos sobre a arte e a cultura. As sucessivas gerações que frequentaram o CEC nesses mais de sessenta anos se tornaram jornalistas, escritores, músicos, teatrólogos, atores, críticos de cinema e de artes e criaram um movimento no cinema que deu a possibilidade de realização de produtos cinematográficos, a partir dos anos 60 do século passado. Um dos principais resultados do processo de intervenção do CEC no universo do cinema foi a criação, em 1954, da Revista de Cinema, que naquele momento foi um dos únicos instrumentos de reflexão profunda sobre o cinema, no país. Grandes realizadores do cinema brasileiro contemporâneo creditam à leitura da Revista de Cinema, uma parte significativa do seu trabalho como realizadores. 

Saiba mais sobre o Instituto Humberto Mauro

O Instituto Humberto Mauro foi criado em 1982 por um grupo de cineastas mineiros e brasileiros, tendo como patrono o pai do cinema brasileiro. Foram seus fundadores David Neves, Guido Araújo, Fernando Monteiro, Ronaldo de Noronha, Regis Gonçalves, Jacques do Prado Brandão, Ricardo Gomes Leite, Maurício Gomes Leite, Victor de Almeida, Mário Alves Coutinho e Geraldo Veloso. Posteriormente, foram incorporados ao grupo Paulo Augusto Gomes e Eugênio Magno de Oliveira. São seus objetivos gerais atuar especificamente nas áreas especificamente cinematográfica e dos meios de comunicação, o e audiovisual, aglutinando múltiplas atividades, como a pesquisa da estética e da história, a edição de publicações especializadas, a exibição regular e especial de filmes, a formação e especialização profissional e o arquivamento da memória audiovisual.

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